[22.2.03 10:35 AM | FÁBIO FERNANDES]
Bloglet e Blogger Brasil, a parceria inexistente. Pois é, desisti. Todos os dias descubro que tem alguém querendo assinar a lista de atualizações do Bloglet, sistema supercompetente que funciona às mil maravilhas com o Blogger.com, mas que inexplicavelmente não funciona direito com o Blogger Brasil. Até agora seis pessoas conseguiram assinar a lista, mas outro tanto não conseguiu, o que já está me deixando constrangido. Através da Bia, do ótimo Pensamentos Imperfeitos, hoje fiquei sabendo que o Bravenet, meu provedor para assuntos de estatísticas, também possui um serviço de aviso de atualizações. Então ficou resolvido: deletei o Cinephilia (infelizmente) do Bloglet e agora estou com o Bravenet. Espero que dê certo. A todos os que andaram tentando assinar este blog nos últimos dias, minhas desculpas. Acho que agora vai.
[20.2.03 7:07 PM | FÁBIO FERNANDES]
Louco por Séries! Semana passada, La Femme Nikita zerou o contador, ou seja, a Warner Channel começou a passar a série novamente a partir do piloto. Hoje, o mesmo ocorreu com E.R., uma das minhas duas séries prediletas hoje em dia (a outra vocês vão ficar sabendo em breve, aguardem). O chato é que as reprises de E.R. (que a Warner exibe de segunda a sexta, às 17:30h e às 23h) ainda não tinham chegado à penúltima temporada. O último episódio reprisado foi aquele em que Carter (Noah Wyle) é colocado contra a parede por seus colegas devido ao abuso de drogas e acaba aceitando ir para uma clínica de reabilitação. Pena: gostaria muito de rever o episódio final de temporada seguinte, aquele em que Carol (Juliana Margulies) resolve finalmente deixar de punhetação e sair de Chicago para viver definitivamente com Doug (George Clooney, em participação-relâmpago e muda). Trilha sonora belíssima (como aliás é praxe em todos os episódios importantes de E.R.), daquelas de fazer qualquer fã chorar. Mas não deixa de ser engraçado acompanhar a sem-jeitice do elenco na primeira temporada. Para quem nunca viu, a hora é agora, o momento é já.
[20.2.03 6:45 PM | FÁBIO FERNANDES]
Será que Vale? E já começamos os trabalhos do dia com uma dica no mínimo curiosa: Contos de Lygia e Morte. Dirigido por Deo Rangel (que também foi marido de Regina Duarte e diretor da Rede Globo), este filme, produzido em 1998, é uma coleção de episódios baseados em contos de Lygia Fagundes Teles. Como se não bastasse o fato de serem histórias de Lygia, o que me chamou a atenção neste filme é que um dos episódios se baseou em um dos primeiros contos dela, Venha Ver o Pôr do Sol, que é - por incrível que pareça - um pequeno conto de horror gótico, à maneira de Poe. Resta saber se o Deo Rangel (responsável, no início da década de 1990, por uma esquecível série de televisão tendo Regina Duarte como protagonista) conseguiu levar à tela uma boa adaptação de Lygia. Confiram ainda hoje, no Canal Brasil, às 23:30h.
[20.2.03 6:40 PM | FÁBIO FERNANDES]
Por motivo de viagem e de manutenção do Blogger Brasil, fiquei os últimos dias sem postar nada aqui. Levanto, sacudo a poeira e dou a volta por cima: aguardem que nos próximos dias não vai faltar material.
[17.2.03 11:39 AM | FÁBIO FERNANDES]
Louco por séries! Estou desde ontem à noite assistindo na Fox a Maratona 24 Horas, que - pasmem - eu nunca tinha visto, embora acompanhasse os comentários na Web e, desgraçadamente, já tenha sido informado do final.
Mas não é nada que desespere: afinal, o que importa é o desenvolvimento dos episódios, que são (a julgar pelos episódios 1 a 6 e agora, do 11 em diante) muito bem escritos. A curiosidade é que a série foi criada por Joel Surnow, um dos responsáveis por La Femme Nikita, uma série de que gosto, apesar de muito clean e fantasiosa. O cara já tinha conseguido fazer sucesso com a gracinha da Peta Wilson (que vem por aí em breve em The League of Extraordinary Gentlemen fazendo um par mezzo-romântico com ninguém menos que Sean Connery), e agora emplacou este puta sucesso que tirou o Kiefer Sutherland do limbo no qual ele já estava com um dos pés. Só espero que a primeira temporada saia logo em DVD.
[14.2.03 6:50 PM | FÁBIO FERNANDES]
Deu no Blue Bus hoje:
Em memoria a José Lewgoy, que morreu na segunda-feira, o Canal Brasil exibe amanhã programação noturna especial. As 19:30, reapresenta 'Retratos Brasileiros', com uma biografia exclusiva do ator. A partir das 23:00, abre maratona com alguns dos principais filmes em que atuou nos seus mais de 50 anos de carreira. Não percam.
[14.2.03 3:36 PM | FÁBIO FERNANDES]
Hoje só tem Filmaço!
Quero ser John Malkovich, de Spike Jonze (20h, Telecine Happy). Basta reproduzir o resumo da revista Net Tv: Homem descobre um portal que leva à mente do ator John Malkovich. Parece loucura, não parece? Pois é mesmo: o filme brinca com o surreal e o fantástico com a maior cara-de-pau, sem se preocupar em dar explicações (até existe um arremedo de explicação ao final, mas nem era necessário). Destaque para o excelente desempenho de John Cusack (o que são aquelas marionetes? O manipulador é um gênio!) e a maquiagem incrível de Cameron Diaz, que conseguiu transformá-la num bagulho incomível. E, claro, John Malkovich, que teve o espírito esportivo de participar de um filme sacaneando sua própria pessoa.
Shakespeare Apaixonado, de John Madden (22h, TNT). O grande problema do TNT é que ele não exibe filmes legendados. Porém, ao contrário do que reza a dita sabedoria popular, as dublagens brasileiras não são uma porcaria, pelo contrário. Mas devo admitir que não vi este filme dublado. Vale - e muito - pelo roteiro, escrito pelo meu dramaturgo vivo predileto, o inglês Tom Stoppard (autor e diretor do filmaço Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos, uma sátira a Hamlet com excelentes atuações de Gary Oldman e Tim Roth). Para quem não sabe nada do filme, ele é exatamente o que promete o título: a história de como William Shakespeare, envolvido em diversos problemas e passando por uma crise de criação, se apaixona por Viola de Lesseps e isso dá uma virada em sua vida. O filme é uma comédia de erros que brinca com diversas peças do Bardo inglês, como Romeu e Julieta, Macbeth, A Comédia dos Erros e A Tempestade. Quando ele ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1998, muita gente chiou, mas injustamente. O filme é uma delícia, vocês vão gostar - se a tradução da dublagem for boa, claro.
Vatel: Um Banquete para o Rei, de Roland Joffé (23:40h, Telecine Premium). Gerard Depardieu é sempre sinônimo de no mínimo uma boa diversão. Do malandro meio sarado de A Lua na Sarjeta até o obeso gente-boa Obelix nos filmes recentes de Astérix, o francês velho de guerra está mais contido neste bom filme de Roland "A Missão" Joffé, que conta as desventuras do administrador do palacete de um nobre que recebe Luís XIV (Julian Sands, muito bom - confiram a cena da privada) e precisa prepara um banquete que dure dias, com muita pompa e circunstância... ainda que dinheiro para isso não haja. E o que é pior: nesse meio tempo, o sujeito ainda calha de se apaixonar pela amante de Luís XIV (Uma Thurman, sempre gata e excelente atriz). Uma tragicomédia quase ao gosto de Molière. Confiram.
[13.2.03 1:46 PM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do dia
E Sua Mãe Também, de Alfonso Cuarón (21:30h, Telecine Premium). Este filme foi muito bem falado quando passou nos cinemas do eixo Rio-SP, mas eu só fui conferir quando o Telecine o exibiu pela primeira vez há algum tempo. Eu devia ter ido ao cinema: o filme é bom, bonito e barato. Um pequeno road movie, aparentemente despretensioso, contando a história de uma mulher que, depois de uma desilusão amorosa (e mais uma coisinha que você só fica sabendo no final), resolve cair na estrada com dois rapazes bem mais novos. Um retrato interessante da classe alta mexicana, que não difere muito da nossa (mas que é fundamental conhecermos, pois sabemos tão pouco dos nossos vizinhos de língua espanhola) e um belíssimo filme sobre ritos de passagem - pois é na viagem que os rapazes se tornam homens. Sim, é claro que tem sexo - mas não é só disso que o filme trata. Tornar-se homem aqui é se confrontar com sua identidade e seus desejos, saber o que você realmente quer e o que você realmente pode ter no fim das contas. A inocência não é uma opção. Parem tudo o que estiverem fazendo e vejam este filme.
Uma curiosidade: um dos rapazes é Gael García Bernal, que está em cartaz agora nos cinemas brasileiros como o protagonista de O Crime do Padre Amaro. Este eu ainda não vi (embora tenha lido o clássico de Eça de Queiroz, que recomendo fortemente), mas falarei a respeito aqui assim que puder.
[13.2.03 9:20 AM | FÁBIO FERNANDES]
Correçãozinha. É o que dá correr com o andor: o santo é de barro e se quebra. A Rafaela, do ótimo Hairspray, me apontou uma falha no meu raciocínio em relação a Cidade de Deus: eu disse que, caso ele concorresse ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, certamente perderia para Fale com Ela, do Almodóvar. O que não poderia estar mais longa da verdade, pois Fale com Ela também não foi indicado. Veja a lista completa de indicados aqui (também cortesia da Rafaela).
[12.2.03 9:53 AM | FÁBIO FERNANDES]
Rapidinhas brasileiras. A primeira já está um pouco atrasada, portanto vocês vão ter que me desculpar. Trata-se da morte do José Lewgoy, que, como bem disse o Ranzinza James, foi o vilão-símbolo do cinema brasileiro. Nos últimos anos, mesmo com a saúde debilitada, estava sempre nas salas de cinema acompanhando os últimos lançamentos. Eu costumava sempre esbarrar com ele no Espaço Unibanco e no Roxy, em Copacabana. Agora não mais. Mas a lembrança vai ficar para sempre, pelo menos no celulóide.
A outra deu ontem na televisão: Cidade de Deus fora da disputa pelo Oscar.
Minha opinião pessoal e intransferível: melhor assim. Antes de mais nada, gostei muito do filme de Fernando Meireles e Kátia Lund, e acho que merecia disputar e ganhar o Oscar. Mas estou apostando que Fale com Ela, do Almodóvar, leva a estatueta este ano, e a auto-estima do brasileiro (que é sempre menor do que se supõe, infelizmente) não vai levar na esportiva mais uma derrota. Sim, porque todo mundo diz que o Oscar é coisa de colonizado e que não vale tanto assim, mas vá a gente perder uma disputa pra posar de ufanista e falar mal do filme vencedor, como aconteceu, por exemplo, com o bom A Vida é Bela, de Roberto Benigni, que foi muito aplaudido nas telas cariocas até ganhar o Oscar - e então o filme passou a ser um dos dez mais odiados da história do cinema. Paulo Francis (a quem eu admirava mas com o qual não tinha muita afinidade em termos de pensamento crítico) diria que isso é complexo de pau pequeno. E eu assinaria embaixo.
[11.2.03 8:43 AM | FÁBIO FERNANDES]
Indicados ao Oscar: é hoje! Eu quase ia esquecendo: hoje, a partir das 11h, os canais SBT e Telecine Premium vão transmitir, ao vivo, os indicados ao Oscar 2003.
[11.2.03 7:01 AM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do Dia
Moulin Rouge!, de Baz Luhrmann (21:30h, Telecine Premium). Quando este filme estreou nos cinemas brasileiros, a opinião do público parecia unânime: o roteiro é fraquinho, mas é um ótimo musical.
Não é segredo para ninguém a preocupaçao que o diretor australiano Baz Luhrmann tem com a estética em seus filmes. De fato, o roteiro de Moulin Rouge (que não tem absolutamente nada a ver com o filme homônimo de 1952 dirigido por John Huston, com José Ferrer no papel de Toulouse-Lautrec) não é a preocupação maior do diretor. Mas é bastante adequado à estética do filme. Enquanto o filme de Huston era trágico, o de Luhrmann optou por imitar os vaudevilles da própria época, com uma história rocambolesca envolvendo um jovem escritor boêmio e uma dançarina tuberculosa. O papel do pintor Toulouse-Lautrec aqui foi colocado em segundo plano, como um alívio cômico, coisa que o comediante americano John Leguizamo sabe fazer muito bem, e executa seu papel com dignidade.
Mas o destaque vai mesmo para a trilha sonora, claro, que consegue manter o clima de época com músicas dos anos 1980 e 1990. Não dá pra ficar parado na cadeira. Moulin Rouge é bonito e bom de dança. Cuidado para não deixar cair a pipoca.
[11.2.03 6:50 AM | FÁBIO FERNANDES]
Não perca! Dentro da Semana da Sétima Arte, o GNT exibirá hoje, às 19h (com reprise às 00:30h) um documentário sobre a vida e a obra de um dos mestres do cinema: Lucchino Visconti, diretor de pérolas como O Leopardo e Rocco e Seus Irmãos. Impossível de perder.
[10.2.03 2:51 PM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do Dia
A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese (21:45h, Telecine Emotion). No post do dia 7, ao falar de Zorba, o Grego, citei esta outra obra do escritor grego Nikos Kazantzakis, que lhe valeu a excomunhão. O filme de Scorcese é uma adaptação fiel do livro, que narra a vida de Jesus de forma pouco ortodoxa - mas nem um pouco herética, como afirmaram muitos católicos na época em que o filme foi exibido nos cinemas brasileiros. Nesta versão de Kazantzakis, Jesus é um carpinteiro que fabrica cruzes para os romanos, e se incomoda com isso mas prefere ficar no seu canto, até ser chamado às falas por Judas (no filme, o brilhante Harvey Keitel, que na época voltava à ativa depois de um problema sério com drogas) e por visões que o motivam a procurar um novo caminho para sua vida. O problema para os católicos é que, tanto no livro quanto no filme, essas visões são dúbias - não se sabe se Jesus as tinha de verdade ou se eram delírios provocados por uma suposta epilepsia (vale lembrar que os estudos históricos mais recentes apontam que figuras bíblicas como Saulo de Tarso - que mais tarde viraria Paulo - aparentemente manifestavam sintomas de epilepsia).
Mas a grande traição de Kazantzakis, na opinião da Igreja Católica, foi retratar um Cristo humano, demasiado humano - a ponto de (ainda que em delírio, isso fica bastante claro), já crucificado, sonhar com uma outra realidade, onde ele poderia ter abdicado de seus deveres, casado e tido filhos. Não adiantou, para os senhores do clero, que o próprio Jesus no final repudiasse a visão e aceitasse plenamente o seu destino. Para eles, a simples tentação já era uma heresia e ponto final.
Não deixem que a intolerância impeça vocês de ver este filme hoje. É um filme incrivelmente religioso, no melhor dos sentidos, bom até mesmo para quem é ateu.
[10.2.03 9:28 AM | FÁBIO FERNANDES]
Louco por Séries! Sim, eu também vou falar de séries de TV aqui. Para estrear esta seção dentro do Cinephilia, a minha série atual favorita: ER. Mais conhecida do público brasileiro como Plantão Médico, a série teve duas ou três temporadas exibidas pela Rede Globo e acaba de estrear na programação do SBT. Mas eu acompanho mesmo é pelo Warner Channel, e chego a ficar irritado quando perco algum episódio (a vantagem da Warner é que eles reprisam duas vezes na mesma semana o episódio - uma no mesmo dia, de madrugada, e a outra vez no domingo, no Second Chance).
Há alguns meses, fiz uma descoberta muito legal, mas que acabei não anunciando no Pólis: Existe um blog inteiramente dedicado a ER. Como todo blog de fã que se preza, ele é repleto de notícias, mas também tem umas fofocas e coisas engraçadas. O chato é que, na terra do autor deste blog (ainda não consegui descobrir se é nos EUA ou na Inglaterra, mas desconfio que seja na terra da Rainha), evidentemente, os episódios estão mais adiantados, portanto, se você é muito fã de ER mas não quer descobrir antes do tempo o que vai acontecer com Carter, Green, Corday, Romano (quem quer saber de Romano, afinal??), Abby, Weaver e companhia, cuidado: há spoilers no caminho. Mas é um belo blog, e já está na minha lista de resources à sua esquerda.
[10.2.03 9:03 AM | FÁBIO FERNANDES]
Aviso aos navegantes-comentaristas! Por sugestão do Ricardo Schott, mudei o sistema de comentários. Infelizmente o meu favorito, Falou & Disse, do Fábio Sampaio, não está mais recebendo inscrições, e o Enetation, que eu uso no Pequeno Dicionário, demora muito para carregar e tem andado no estaleiro de tempos em tempos. A sugestão do Ricardo foi o KlinkFamily, que ele usa e aprova. Então está mudado. Espero que gostem - e, aos que já comentaram, desculpem o inconveniente do apagamento dos comentários anteriores.
[9.2.03 12:13 PM | FÁBIO FERNANDES]
Hoje só tem filmaço! Vocês já devem ter reparado que a TV a cabo tem umas coisas engraçadas: todo mês os canais (sejam da rede Telecine ou não), exibem cerca de 1500 filmes - mas numa grade de horários tão louca que quase sempre o filme que a gente quer ver passa num horário em que a gente simplesmente não pode ver. Digamos, às 3:20 da manhã. Eventualmente, no entanto, parece que os canais entram em alguma misteriosa conjunção parabólico-astral e num único dia você tem à sua disposição uma boa quantidade de filmes, todos sendo exibidos em horários acessíveis. Hoje é um desses dias. Confira abaixo as dicas de domingo:
1984, de Michael Radford (Telecine Emotion, 12:35h). Esse diretor inglês é um cara muito estranho. O que dizer de um sujeito que dirige um belo filme romântico, daqueles de fazer a gente soltar as famosas "lágrimas de esguicho" de Nelson Rodrigues (O Carteiro e o Poeta), e tem no currículo um dos filmes de ficção científica mais barra-pesada de todos os tempos? Eu só posso dizer uma coisa: vá ser competente assim no raio que o parta! Eu vi este filme numa das saudosas sessões duplas do Estação Botafogo, no Rio de Janeiro, quando ele ainda nem sonhava em se chamar Espaço Unibanco e só existiam as primeiras três salas, sendo que só a primeira prestava. Foi na Sala Um que eu vi a dobradinha Brazil, o Filme e 1984. Evidentemente, o filme de Radford foi o primeiro a ser exibido, porque não dá pra sair imune desse filme. É uma adaptação muito fiel do romance homônimo de George Orwell, sobre uma sociedade totalitária onde seus cidadãos não podem sequer ter pensamentos que fujam da doutrina do Estado, e são vigiados em suas casas, 24 horas por dia, pela onipresente figura do Grande Irmão (sim, senhores, o Big Brother original). No filme de Radford, a figura do Grande Irmão é uma foto de um sujeito que parece bastante com Stálin. Houve quem reclamasse na época, mas o próprio Orwell teria dito que se baseara na sociedade stalinista para escrever seu livro. Evidentemente, 1984 pega o regime comunista totalitário soviético daquela época (1947-48) e o leva às últimas conseqüências - a vigilância nas casas se dá através da Teletela, um aparato semelhante a um dispositivo de videoconferência, que o usuário não consegue desligar. E o que dizer da Polícia do Pensamento, que aparentemente sabe quando um indivíduo está tendo pensamentos anti-Estado? Orwell era anticomunista, e seu livro (bem como o filme) foram utilizados um sem-número de vezes para criticar regimes de esquerda. Mas não nos esqueçamos de que a ficção dele é um alerta antes de tudo contra o totalitarismo, que também pode acontecer (e acontece) nos regimes de direita. É um filme meio difícil de digerir na hora do almoço, mas os notívagos podem assistir na reprise, às 5 da matina de segunda-feira.
O que pouquíssima gente sabe: existe uma versão anterior, produzida para a TV britânica em 1954 com direção de Rudolph Cartier, e que a Globo exibiu em uma madrugada na década de 1970 - eu vi! O protagonista (que no filme de Radford é vivido pelo excelente John Hurt) foi vivido então por Peter Cushing, mais conhecido por filmes de vampiros e uma pequena porém significativa participação em Guerra nas Estrelas.
Amnésia, de Christopher Nolan (Telecine Premium, 22:00h). Este filme provocou muitas polêmicas engraçadas quando foi exibido. Metade dos espectadores não entendeu direito a trama (que é contada de trás para a frente), os fãs de Seinfeld acusaram Nolan de plágio (porque existe um episódio da série que é contado da mesma maneira) e outro tanto gostou, mas aparentemente com ressalvas.
Bobagem. A técnica de contar um filme de trás para diante não é nova e não foi inventada por Nolan, mas também não foi por Seinfeld. Muitos filmes utilizaram, de uma maneira ou outra, esse recurso, como por exemplo O Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder. De mais a mais, o que importa é como a trama se desenrola - e nisto Amnésia dá um show. Se você já viu, veja mais uma vez e depois mande um comentário pra cá dizendo se tem algo na trama que não bate. Está tudo lá, cada dado encaixadinho, até a conclusão - como manda a regra de uma boa história policial.
Vocês já devem saber, mas no DVD existe a opção de exibir o filme na ordem convencional, ou seja, de frente para trás. Nunca tentei, porque para mim neste filme forma e conteúdo são indissociáveis. Acredito que o filme perca toda ou quase toda a força se visto dessa maneira, mas se alguém tentou ou quiser tentar e postar um comentário sobre a experiência aqui, será bem-vindo.
A Vida Sonhada dos Anjos (Telecine Emotion, 22:15h). Mulher, teu nome é Elodie Bouchez. Minha esposa que não me leia, mas o meu tesão de celulóide do ano de 1998 foi essa mulher, a protagonista do belíssimo filme de Érick Zonca que fez um tremendo sucesso no eixo Rio-SP naquela época, contando a difícil história de duas amigas e a barra que é viver numa cidade grande sem dinheiro e sem esperanças. Destaque para a excelente interpretação de Natacha Regniér. O punk rocker-jornalista-roteirista Carlos Gerbase escreveu um interessante artigo sobre o filme, mas comete um pecadilho comparando Zonca com Eric Rohmer, que é um grande mestre da arte de não dizer absolutamente nada. A Vida Sonhada dos Anjos não é um filme-Seinfeld sobre o nada, aviso. Tem emoção e beleza, o que já é muito bom para começar. Mas tem roteiro também, e dá de dez em filmes como o chatíssimo Conto de Verão, do supracitado Rohmer. Não percam, e depois me contem o que acharam.
[8.2.03 2:56 PM | FÁBIO FERNANDES]
Desenho do dia
Pois é, eu sou do tempo em que os desenhos animados produzidos no Japão eram chamados simplesmente de... desenhos japoneses! Aí o tempo passou e eles passaram a ser chamados de Japanimation, para agora ficarem finalmente conhecidos com o nome original: anime.
Do tempo em que desenho japonês era apenas desenho japonês, guardo saudosas recordações: alguém aí lembra de pérolas como Super-Dínamo e O Oitavo Homem? Ou o desenho que praticamente inaugurou o SBT quando este ainda se chamava TVS, o clássico A Princesa e o Cavaleiro?
O que alguns de vocês talvez não saibam é que a Sessão da Tarde, da Globo, ocasionalmente exibia desenhos japoneses de longa-metragem. Um dos desenhos que mais me marcaram nessa época (meados dos anos 1970) foi O Pequeno Príncipe e o Dragão de Oito Cabeças. O desenho tinha um traço quase caricatural, e a direção parecia baseada no teatro kabuki. Nessa época, infelizmente eu ainda não prestava atenção na ficha técnica, portanto jamais fiquei sabendo de quem era a criação do desenho.
Continuo sem saber (por incrível que pareça, não achei nenhuma referência relevante no Google), mas acabo de descobrir, para a minha felicidade, que este desenho será exibido hoje, às 18h, no programa Primeira Fila, do Cartoon Network. Tenho excelentes lembranças desse desenho. Pelas imagens exibidas na chamada do Cartoon, acho que não vou me decepcionar ao revê-lo. Boa pedida para um fim de tarde de sábado.
[7.2.03 8:02 PM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do dia
Zorba, o Grego, de Michael Cacoyannis (22h, Telecine Classic). Último filme do Festival O Cinema de Michael Cacoyannis, que o Telecine Classic exibiu ao longo desta semana, Zorba foi filmado em 1964, com Alan Bates, Irene Papas e Anthony Quinn no papel do grego que sabia como ninguém aproveitar a vida. O filme é uma adaptação do clássico livro homônimo de Nikos Kazantzakis, mais conhecido entre nós por sua belíssima biografia de São Francisco de Assis, O Pobre de Deus, e pelo polêmico A Última Tentação de Cristo. Este livro custou a Kazantzakis sua excomunhão da Igreja, uma das maiores injustiças que ele poderia ter sofrido. Filósofo, profundamente influenciado por Bergson e Nietzsche, Kazantzakis teve uma experiência de vida muito rica, que misturou a filiação ao comunismo com a prática dos ensinamentos de Buda e a devoção a São Francisco. Zorba, assim como A Última Tentação de Cristo, fala de liberdade. Se no livro sobre Jesus (mais tarde filmado por Martin Scorcese, gerando ainda mais polêmica) essa liberdade era uma discussão interna entre livre-arbítrio (um dos grandes dilemas católicos) e responsabilidade, no livro sobre o velho grego tranqüilo e de bem com a vida (brilhantemente interpretado por Anthony Quinn) a liberdade domina em seu estado mais puro: apenas ser e viver. Não percam.
[7.2.03 7:43 PM | FÁBIO FERNANDES]
Este blog também é dedicado ao Ricky Goodwin, jornalista e quase-ex-colega do PASQUIM, e cinéfilo de primeira. Em seu excelente blog0news, ele costumava dar ótimas dicas do que estava passando na tv a cabo, mas por motivos de força maior, teve de descontinuar (temporariamente, esperamos todos) o serviço. Ricky, o Cinephilia não é um substituto, mas um complemento, ok? Força, camarada, e vamos em frente!!
[7.2.03 6:59 PM | FÁBIO FERNANDES]
Por que criei este blog. Quem acompanha meu outro blog deve ter lido um post na semana passada sobre minha capacidade de leitura (sob o título Minhas Experiências Com Leitura Dinâmica).
No post seguinte, o sistema de comentários do Pólis bateu seu recorde, com 16 comentários sobre o prazer da leitura (ok, em comparação com os melhores blogs da praça, 16 não quer dizer nada, mas foi de grande importância para este que vos digita.) Um dos comentários partiu da minha própria mulher, ex-blogueira mas ainda muito antenada com a blogsfera, que me dedurou para todo mundo, falando sobre minha capacidade de guardar na memória dados e fatos sobre livros... e filmes.
Extrema bondade da parte dela. De fato, minha memória para cultura inútil é muito boa, mas não serve para muita coisa além de cansar a paciência dela falando sobre como tal ator na série que estamos vendo naquele instante na tevê já participou também daquele outro filme, sob a batuta daquele diretor que agora está produzindo aquela adaptação fantástica de quadrinhos, etc.etc.etc.
Eu podia ganhar dinheiro com isso, eu disse para ela ao falar sobre os comentários no blog. Ao que ela me respondeu, certeira: você podia criar um novo blog.
Sejamos francos: não dá pra ganhar dinheiro com isso. E eu gosto muito de escrever em blogs.
Então, sejam bem-vindos a este humilde cafofo virtual. Aqui, vocês vão ler comentários sobre filmes de cinema, séries de TV, o escambau. Talvez até histórias em quadrinhos e músicas entrem na jogada de vez em quando. Para lerem comentários a respeito de livros, vocês podem dar um pulo no Pólis, que está aí para isso mesmo e outras coisas. Puxem uma cadeira e sentem-se que a sessão vai começar. E não tem hora para acabar.
Um agradecimento especial ao Luciano M. Bernacchi, editor do Templates4Free, de onde tirei este template. Tomei conhecimento da existência desse site através do camarada Ricardo Schott. Valeu, pessoal!
Bloglet e Blogger Brasil, a parceria inexistente. Pois é, desisti. Todos os dias descubro que tem alguém querendo assinar a lista de atualizações do Bloglet, sistema supercompetente que funciona às mil maravilhas com o Blogger.com, mas que inexplicavelmente não funciona direito com o Blogger Brasil. Até agora seis pessoas conseguiram assinar a lista, mas outro tanto não conseguiu, o que já está me deixando constrangido. Através da Bia, do ótimo Pensamentos Imperfeitos, hoje fiquei sabendo que o Bravenet, meu provedor para assuntos de estatísticas, também possui um serviço de aviso de atualizações. Então ficou resolvido: deletei o Cinephilia (infelizmente) do Bloglet e agora estou com o Bravenet. Espero que dê certo. A todos os que andaram tentando assinar este blog nos últimos dias, minhas desculpas. Acho que agora vai.
[20.2.03 7:07 PM | FÁBIO FERNANDES]
Louco por Séries! Semana passada, La Femme Nikita zerou o contador, ou seja, a Warner Channel começou a passar a série novamente a partir do piloto. Hoje, o mesmo ocorreu com E.R., uma das minhas duas séries prediletas hoje em dia (a outra vocês vão ficar sabendo em breve, aguardem). O chato é que as reprises de E.R. (que a Warner exibe de segunda a sexta, às 17:30h e às 23h) ainda não tinham chegado à penúltima temporada. O último episódio reprisado foi aquele em que Carter (Noah Wyle) é colocado contra a parede por seus colegas devido ao abuso de drogas e acaba aceitando ir para uma clínica de reabilitação. Pena: gostaria muito de rever o episódio final de temporada seguinte, aquele em que Carol (Juliana Margulies) resolve finalmente deixar de punhetação e sair de Chicago para viver definitivamente com Doug (George Clooney, em participação-relâmpago e muda). Trilha sonora belíssima (como aliás é praxe em todos os episódios importantes de E.R.), daquelas de fazer qualquer fã chorar. Mas não deixa de ser engraçado acompanhar a sem-jeitice do elenco na primeira temporada. Para quem nunca viu, a hora é agora, o momento é já.
[20.2.03 6:45 PM | FÁBIO FERNANDES]
Será que Vale? E já começamos os trabalhos do dia com uma dica no mínimo curiosa: Contos de Lygia e Morte. Dirigido por Deo Rangel (que também foi marido de Regina Duarte e diretor da Rede Globo), este filme, produzido em 1998, é uma coleção de episódios baseados em contos de Lygia Fagundes Teles. Como se não bastasse o fato de serem histórias de Lygia, o que me chamou a atenção neste filme é que um dos episódios se baseou em um dos primeiros contos dela, Venha Ver o Pôr do Sol, que é - por incrível que pareça - um pequeno conto de horror gótico, à maneira de Poe. Resta saber se o Deo Rangel (responsável, no início da década de 1990, por uma esquecível série de televisão tendo Regina Duarte como protagonista) conseguiu levar à tela uma boa adaptação de Lygia. Confiram ainda hoje, no Canal Brasil, às 23:30h.
[20.2.03 6:40 PM | FÁBIO FERNANDES]
Por motivo de viagem e de manutenção do Blogger Brasil, fiquei os últimos dias sem postar nada aqui. Levanto, sacudo a poeira e dou a volta por cima: aguardem que nos próximos dias não vai faltar material.
[17.2.03 11:39 AM | FÁBIO FERNANDES]
Louco por séries! Estou desde ontem à noite assistindo na Fox a Maratona 24 Horas, que - pasmem - eu nunca tinha visto, embora acompanhasse os comentários na Web e, desgraçadamente, já tenha sido informado do final.
Mas não é nada que desespere: afinal, o que importa é o desenvolvimento dos episódios, que são (a julgar pelos episódios 1 a 6 e agora, do 11 em diante) muito bem escritos. A curiosidade é que a série foi criada por Joel Surnow, um dos responsáveis por La Femme Nikita, uma série de que gosto, apesar de muito clean e fantasiosa. O cara já tinha conseguido fazer sucesso com a gracinha da Peta Wilson (que vem por aí em breve em The League of Extraordinary Gentlemen fazendo um par mezzo-romântico com ninguém menos que Sean Connery), e agora emplacou este puta sucesso que tirou o Kiefer Sutherland do limbo no qual ele já estava com um dos pés. Só espero que a primeira temporada saia logo em DVD.
[14.2.03 6:50 PM | FÁBIO FERNANDES]
Deu no Blue Bus hoje:
Em memoria a José Lewgoy, que morreu na segunda-feira, o Canal Brasil exibe amanhã programação noturna especial. As 19:30, reapresenta 'Retratos Brasileiros', com uma biografia exclusiva do ator. A partir das 23:00, abre maratona com alguns dos principais filmes em que atuou nos seus mais de 50 anos de carreira. Não percam.
[14.2.03 3:36 PM | FÁBIO FERNANDES]
Hoje só tem Filmaço!
Quero ser John Malkovich, de Spike Jonze (20h, Telecine Happy). Basta reproduzir o resumo da revista Net Tv: Homem descobre um portal que leva à mente do ator John Malkovich. Parece loucura, não parece? Pois é mesmo: o filme brinca com o surreal e o fantástico com a maior cara-de-pau, sem se preocupar em dar explicações (até existe um arremedo de explicação ao final, mas nem era necessário). Destaque para o excelente desempenho de John Cusack (o que são aquelas marionetes? O manipulador é um gênio!) e a maquiagem incrível de Cameron Diaz, que conseguiu transformá-la num bagulho incomível. E, claro, John Malkovich, que teve o espírito esportivo de participar de um filme sacaneando sua própria pessoa.
Shakespeare Apaixonado, de John Madden (22h, TNT). O grande problema do TNT é que ele não exibe filmes legendados. Porém, ao contrário do que reza a dita sabedoria popular, as dublagens brasileiras não são uma porcaria, pelo contrário. Mas devo admitir que não vi este filme dublado. Vale - e muito - pelo roteiro, escrito pelo meu dramaturgo vivo predileto, o inglês Tom Stoppard (autor e diretor do filmaço Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos, uma sátira a Hamlet com excelentes atuações de Gary Oldman e Tim Roth). Para quem não sabe nada do filme, ele é exatamente o que promete o título: a história de como William Shakespeare, envolvido em diversos problemas e passando por uma crise de criação, se apaixona por Viola de Lesseps e isso dá uma virada em sua vida. O filme é uma comédia de erros que brinca com diversas peças do Bardo inglês, como Romeu e Julieta, Macbeth, A Comédia dos Erros e A Tempestade. Quando ele ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1998, muita gente chiou, mas injustamente. O filme é uma delícia, vocês vão gostar - se a tradução da dublagem for boa, claro.
Vatel: Um Banquete para o Rei, de Roland Joffé (23:40h, Telecine Premium). Gerard Depardieu é sempre sinônimo de no mínimo uma boa diversão. Do malandro meio sarado de A Lua na Sarjeta até o obeso gente-boa Obelix nos filmes recentes de Astérix, o francês velho de guerra está mais contido neste bom filme de Roland "A Missão" Joffé, que conta as desventuras do administrador do palacete de um nobre que recebe Luís XIV (Julian Sands, muito bom - confiram a cena da privada) e precisa prepara um banquete que dure dias, com muita pompa e circunstância... ainda que dinheiro para isso não haja. E o que é pior: nesse meio tempo, o sujeito ainda calha de se apaixonar pela amante de Luís XIV (Uma Thurman, sempre gata e excelente atriz). Uma tragicomédia quase ao gosto de Molière. Confiram.
[13.2.03 1:46 PM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do dia
E Sua Mãe Também, de Alfonso Cuarón (21:30h, Telecine Premium). Este filme foi muito bem falado quando passou nos cinemas do eixo Rio-SP, mas eu só fui conferir quando o Telecine o exibiu pela primeira vez há algum tempo. Eu devia ter ido ao cinema: o filme é bom, bonito e barato. Um pequeno road movie, aparentemente despretensioso, contando a história de uma mulher que, depois de uma desilusão amorosa (e mais uma coisinha que você só fica sabendo no final), resolve cair na estrada com dois rapazes bem mais novos. Um retrato interessante da classe alta mexicana, que não difere muito da nossa (mas que é fundamental conhecermos, pois sabemos tão pouco dos nossos vizinhos de língua espanhola) e um belíssimo filme sobre ritos de passagem - pois é na viagem que os rapazes se tornam homens. Sim, é claro que tem sexo - mas não é só disso que o filme trata. Tornar-se homem aqui é se confrontar com sua identidade e seus desejos, saber o que você realmente quer e o que você realmente pode ter no fim das contas. A inocência não é uma opção. Parem tudo o que estiverem fazendo e vejam este filme.
Uma curiosidade: um dos rapazes é Gael García Bernal, que está em cartaz agora nos cinemas brasileiros como o protagonista de O Crime do Padre Amaro. Este eu ainda não vi (embora tenha lido o clássico de Eça de Queiroz, que recomendo fortemente), mas falarei a respeito aqui assim que puder.
[13.2.03 9:20 AM | FÁBIO FERNANDES]
Correçãozinha. É o que dá correr com o andor: o santo é de barro e se quebra. A Rafaela, do ótimo Hairspray, me apontou uma falha no meu raciocínio em relação a Cidade de Deus: eu disse que, caso ele concorresse ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, certamente perderia para Fale com Ela, do Almodóvar. O que não poderia estar mais longa da verdade, pois Fale com Ela também não foi indicado. Veja a lista completa de indicados aqui (também cortesia da Rafaela).
[12.2.03 9:53 AM | FÁBIO FERNANDES]
Rapidinhas brasileiras. A primeira já está um pouco atrasada, portanto vocês vão ter que me desculpar. Trata-se da morte do José Lewgoy, que, como bem disse o Ranzinza James, foi o vilão-símbolo do cinema brasileiro. Nos últimos anos, mesmo com a saúde debilitada, estava sempre nas salas de cinema acompanhando os últimos lançamentos. Eu costumava sempre esbarrar com ele no Espaço Unibanco e no Roxy, em Copacabana. Agora não mais. Mas a lembrança vai ficar para sempre, pelo menos no celulóide.
A outra deu ontem na televisão: Cidade de Deus fora da disputa pelo Oscar.
Minha opinião pessoal e intransferível: melhor assim. Antes de mais nada, gostei muito do filme de Fernando Meireles e Kátia Lund, e acho que merecia disputar e ganhar o Oscar. Mas estou apostando que Fale com Ela, do Almodóvar, leva a estatueta este ano, e a auto-estima do brasileiro (que é sempre menor do que se supõe, infelizmente) não vai levar na esportiva mais uma derrota. Sim, porque todo mundo diz que o Oscar é coisa de colonizado e que não vale tanto assim, mas vá a gente perder uma disputa pra posar de ufanista e falar mal do filme vencedor, como aconteceu, por exemplo, com o bom A Vida é Bela, de Roberto Benigni, que foi muito aplaudido nas telas cariocas até ganhar o Oscar - e então o filme passou a ser um dos dez mais odiados da história do cinema. Paulo Francis (a quem eu admirava mas com o qual não tinha muita afinidade em termos de pensamento crítico) diria que isso é complexo de pau pequeno. E eu assinaria embaixo.
[11.2.03 8:43 AM | FÁBIO FERNANDES]
Indicados ao Oscar: é hoje! Eu quase ia esquecendo: hoje, a partir das 11h, os canais SBT e Telecine Premium vão transmitir, ao vivo, os indicados ao Oscar 2003.
[11.2.03 7:01 AM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do Dia
Moulin Rouge!, de Baz Luhrmann (21:30h, Telecine Premium). Quando este filme estreou nos cinemas brasileiros, a opinião do público parecia unânime: o roteiro é fraquinho, mas é um ótimo musical.
Não é segredo para ninguém a preocupaçao que o diretor australiano Baz Luhrmann tem com a estética em seus filmes. De fato, o roteiro de Moulin Rouge (que não tem absolutamente nada a ver com o filme homônimo de 1952 dirigido por John Huston, com José Ferrer no papel de Toulouse-Lautrec) não é a preocupação maior do diretor. Mas é bastante adequado à estética do filme. Enquanto o filme de Huston era trágico, o de Luhrmann optou por imitar os vaudevilles da própria época, com uma história rocambolesca envolvendo um jovem escritor boêmio e uma dançarina tuberculosa. O papel do pintor Toulouse-Lautrec aqui foi colocado em segundo plano, como um alívio cômico, coisa que o comediante americano John Leguizamo sabe fazer muito bem, e executa seu papel com dignidade.
Mas o destaque vai mesmo para a trilha sonora, claro, que consegue manter o clima de época com músicas dos anos 1980 e 1990. Não dá pra ficar parado na cadeira. Moulin Rouge é bonito e bom de dança. Cuidado para não deixar cair a pipoca.
[11.2.03 6:50 AM | FÁBIO FERNANDES]
Não perca! Dentro da Semana da Sétima Arte, o GNT exibirá hoje, às 19h (com reprise às 00:30h) um documentário sobre a vida e a obra de um dos mestres do cinema: Lucchino Visconti, diretor de pérolas como O Leopardo e Rocco e Seus Irmãos. Impossível de perder.
[10.2.03 2:51 PM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do Dia
A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese (21:45h, Telecine Emotion). No post do dia 7, ao falar de Zorba, o Grego, citei esta outra obra do escritor grego Nikos Kazantzakis, que lhe valeu a excomunhão. O filme de Scorcese é uma adaptação fiel do livro, que narra a vida de Jesus de forma pouco ortodoxa - mas nem um pouco herética, como afirmaram muitos católicos na época em que o filme foi exibido nos cinemas brasileiros. Nesta versão de Kazantzakis, Jesus é um carpinteiro que fabrica cruzes para os romanos, e se incomoda com isso mas prefere ficar no seu canto, até ser chamado às falas por Judas (no filme, o brilhante Harvey Keitel, que na época voltava à ativa depois de um problema sério com drogas) e por visões que o motivam a procurar um novo caminho para sua vida. O problema para os católicos é que, tanto no livro quanto no filme, essas visões são dúbias - não se sabe se Jesus as tinha de verdade ou se eram delírios provocados por uma suposta epilepsia (vale lembrar que os estudos históricos mais recentes apontam que figuras bíblicas como Saulo de Tarso - que mais tarde viraria Paulo - aparentemente manifestavam sintomas de epilepsia).
Mas a grande traição de Kazantzakis, na opinião da Igreja Católica, foi retratar um Cristo humano, demasiado humano - a ponto de (ainda que em delírio, isso fica bastante claro), já crucificado, sonhar com uma outra realidade, onde ele poderia ter abdicado de seus deveres, casado e tido filhos. Não adiantou, para os senhores do clero, que o próprio Jesus no final repudiasse a visão e aceitasse plenamente o seu destino. Para eles, a simples tentação já era uma heresia e ponto final.
Não deixem que a intolerância impeça vocês de ver este filme hoje. É um filme incrivelmente religioso, no melhor dos sentidos, bom até mesmo para quem é ateu.
[10.2.03 9:28 AM | FÁBIO FERNANDES]
Louco por Séries! Sim, eu também vou falar de séries de TV aqui. Para estrear esta seção dentro do Cinephilia, a minha série atual favorita: ER. Mais conhecida do público brasileiro como Plantão Médico, a série teve duas ou três temporadas exibidas pela Rede Globo e acaba de estrear na programação do SBT. Mas eu acompanho mesmo é pelo Warner Channel, e chego a ficar irritado quando perco algum episódio (a vantagem da Warner é que eles reprisam duas vezes na mesma semana o episódio - uma no mesmo dia, de madrugada, e a outra vez no domingo, no Second Chance).
Há alguns meses, fiz uma descoberta muito legal, mas que acabei não anunciando no Pólis: Existe um blog inteiramente dedicado a ER. Como todo blog de fã que se preza, ele é repleto de notícias, mas também tem umas fofocas e coisas engraçadas. O chato é que, na terra do autor deste blog (ainda não consegui descobrir se é nos EUA ou na Inglaterra, mas desconfio que seja na terra da Rainha), evidentemente, os episódios estão mais adiantados, portanto, se você é muito fã de ER mas não quer descobrir antes do tempo o que vai acontecer com Carter, Green, Corday, Romano (quem quer saber de Romano, afinal??), Abby, Weaver e companhia, cuidado: há spoilers no caminho. Mas é um belo blog, e já está na minha lista de resources à sua esquerda.
[10.2.03 9:03 AM | FÁBIO FERNANDES]
Aviso aos navegantes-comentaristas! Por sugestão do Ricardo Schott, mudei o sistema de comentários. Infelizmente o meu favorito, Falou & Disse, do Fábio Sampaio, não está mais recebendo inscrições, e o Enetation, que eu uso no Pequeno Dicionário, demora muito para carregar e tem andado no estaleiro de tempos em tempos. A sugestão do Ricardo foi o KlinkFamily, que ele usa e aprova. Então está mudado. Espero que gostem - e, aos que já comentaram, desculpem o inconveniente do apagamento dos comentários anteriores.
[9.2.03 12:13 PM | FÁBIO FERNANDES]
Hoje só tem filmaço! Vocês já devem ter reparado que a TV a cabo tem umas coisas engraçadas: todo mês os canais (sejam da rede Telecine ou não), exibem cerca de 1500 filmes - mas numa grade de horários tão louca que quase sempre o filme que a gente quer ver passa num horário em que a gente simplesmente não pode ver. Digamos, às 3:20 da manhã. Eventualmente, no entanto, parece que os canais entram em alguma misteriosa conjunção parabólico-astral e num único dia você tem à sua disposição uma boa quantidade de filmes, todos sendo exibidos em horários acessíveis. Hoje é um desses dias. Confira abaixo as dicas de domingo:
1984, de Michael Radford (Telecine Emotion, 12:35h). Esse diretor inglês é um cara muito estranho. O que dizer de um sujeito que dirige um belo filme romântico, daqueles de fazer a gente soltar as famosas "lágrimas de esguicho" de Nelson Rodrigues (O Carteiro e o Poeta), e tem no currículo um dos filmes de ficção científica mais barra-pesada de todos os tempos? Eu só posso dizer uma coisa: vá ser competente assim no raio que o parta! Eu vi este filme numa das saudosas sessões duplas do Estação Botafogo, no Rio de Janeiro, quando ele ainda nem sonhava em se chamar Espaço Unibanco e só existiam as primeiras três salas, sendo que só a primeira prestava. Foi na Sala Um que eu vi a dobradinha Brazil, o Filme e 1984. Evidentemente, o filme de Radford foi o primeiro a ser exibido, porque não dá pra sair imune desse filme. É uma adaptação muito fiel do romance homônimo de George Orwell, sobre uma sociedade totalitária onde seus cidadãos não podem sequer ter pensamentos que fujam da doutrina do Estado, e são vigiados em suas casas, 24 horas por dia, pela onipresente figura do Grande Irmão (sim, senhores, o Big Brother original). No filme de Radford, a figura do Grande Irmão é uma foto de um sujeito que parece bastante com Stálin. Houve quem reclamasse na época, mas o próprio Orwell teria dito que se baseara na sociedade stalinista para escrever seu livro. Evidentemente, 1984 pega o regime comunista totalitário soviético daquela época (1947-48) e o leva às últimas conseqüências - a vigilância nas casas se dá através da Teletela, um aparato semelhante a um dispositivo de videoconferência, que o usuário não consegue desligar. E o que dizer da Polícia do Pensamento, que aparentemente sabe quando um indivíduo está tendo pensamentos anti-Estado? Orwell era anticomunista, e seu livro (bem como o filme) foram utilizados um sem-número de vezes para criticar regimes de esquerda. Mas não nos esqueçamos de que a ficção dele é um alerta antes de tudo contra o totalitarismo, que também pode acontecer (e acontece) nos regimes de direita. É um filme meio difícil de digerir na hora do almoço, mas os notívagos podem assistir na reprise, às 5 da matina de segunda-feira.
O que pouquíssima gente sabe: existe uma versão anterior, produzida para a TV britânica em 1954 com direção de Rudolph Cartier, e que a Globo exibiu em uma madrugada na década de 1970 - eu vi! O protagonista (que no filme de Radford é vivido pelo excelente John Hurt) foi vivido então por Peter Cushing, mais conhecido por filmes de vampiros e uma pequena porém significativa participação em Guerra nas Estrelas.
Amnésia, de Christopher Nolan (Telecine Premium, 22:00h). Este filme provocou muitas polêmicas engraçadas quando foi exibido. Metade dos espectadores não entendeu direito a trama (que é contada de trás para a frente), os fãs de Seinfeld acusaram Nolan de plágio (porque existe um episódio da série que é contado da mesma maneira) e outro tanto gostou, mas aparentemente com ressalvas.
Bobagem. A técnica de contar um filme de trás para diante não é nova e não foi inventada por Nolan, mas também não foi por Seinfeld. Muitos filmes utilizaram, de uma maneira ou outra, esse recurso, como por exemplo O Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder. De mais a mais, o que importa é como a trama se desenrola - e nisto Amnésia dá um show. Se você já viu, veja mais uma vez e depois mande um comentário pra cá dizendo se tem algo na trama que não bate. Está tudo lá, cada dado encaixadinho, até a conclusão - como manda a regra de uma boa história policial.
Vocês já devem saber, mas no DVD existe a opção de exibir o filme na ordem convencional, ou seja, de frente para trás. Nunca tentei, porque para mim neste filme forma e conteúdo são indissociáveis. Acredito que o filme perca toda ou quase toda a força se visto dessa maneira, mas se alguém tentou ou quiser tentar e postar um comentário sobre a experiência aqui, será bem-vindo.
A Vida Sonhada dos Anjos (Telecine Emotion, 22:15h). Mulher, teu nome é Elodie Bouchez. Minha esposa que não me leia, mas o meu tesão de celulóide do ano de 1998 foi essa mulher, a protagonista do belíssimo filme de Érick Zonca que fez um tremendo sucesso no eixo Rio-SP naquela época, contando a difícil história de duas amigas e a barra que é viver numa cidade grande sem dinheiro e sem esperanças. Destaque para a excelente interpretação de Natacha Regniér. O punk rocker-jornalista-roteirista Carlos Gerbase escreveu um interessante artigo sobre o filme, mas comete um pecadilho comparando Zonca com Eric Rohmer, que é um grande mestre da arte de não dizer absolutamente nada. A Vida Sonhada dos Anjos não é um filme-Seinfeld sobre o nada, aviso. Tem emoção e beleza, o que já é muito bom para começar. Mas tem roteiro também, e dá de dez em filmes como o chatíssimo Conto de Verão, do supracitado Rohmer. Não percam, e depois me contem o que acharam.
[8.2.03 2:56 PM | FÁBIO FERNANDES]
Desenho do dia
Pois é, eu sou do tempo em que os desenhos animados produzidos no Japão eram chamados simplesmente de... desenhos japoneses! Aí o tempo passou e eles passaram a ser chamados de Japanimation, para agora ficarem finalmente conhecidos com o nome original: anime.
Do tempo em que desenho japonês era apenas desenho japonês, guardo saudosas recordações: alguém aí lembra de pérolas como Super-Dínamo e O Oitavo Homem? Ou o desenho que praticamente inaugurou o SBT quando este ainda se chamava TVS, o clássico A Princesa e o Cavaleiro?
O que alguns de vocês talvez não saibam é que a Sessão da Tarde, da Globo, ocasionalmente exibia desenhos japoneses de longa-metragem. Um dos desenhos que mais me marcaram nessa época (meados dos anos 1970) foi O Pequeno Príncipe e o Dragão de Oito Cabeças. O desenho tinha um traço quase caricatural, e a direção parecia baseada no teatro kabuki. Nessa época, infelizmente eu ainda não prestava atenção na ficha técnica, portanto jamais fiquei sabendo de quem era a criação do desenho.
Continuo sem saber (por incrível que pareça, não achei nenhuma referência relevante no Google), mas acabo de descobrir, para a minha felicidade, que este desenho será exibido hoje, às 18h, no programa Primeira Fila, do Cartoon Network. Tenho excelentes lembranças desse desenho. Pelas imagens exibidas na chamada do Cartoon, acho que não vou me decepcionar ao revê-lo. Boa pedida para um fim de tarde de sábado.
[7.2.03 8:02 PM | FÁBIO FERNANDES]
Filme do dia
Zorba, o Grego, de Michael Cacoyannis (22h, Telecine Classic). Último filme do Festival O Cinema de Michael Cacoyannis, que o Telecine Classic exibiu ao longo desta semana, Zorba foi filmado em 1964, com Alan Bates, Irene Papas e Anthony Quinn no papel do grego que sabia como ninguém aproveitar a vida. O filme é uma adaptação do clássico livro homônimo de Nikos Kazantzakis, mais conhecido entre nós por sua belíssima biografia de São Francisco de Assis, O Pobre de Deus, e pelo polêmico A Última Tentação de Cristo. Este livro custou a Kazantzakis sua excomunhão da Igreja, uma das maiores injustiças que ele poderia ter sofrido. Filósofo, profundamente influenciado por Bergson e Nietzsche, Kazantzakis teve uma experiência de vida muito rica, que misturou a filiação ao comunismo com a prática dos ensinamentos de Buda e a devoção a São Francisco. Zorba, assim como A Última Tentação de Cristo, fala de liberdade. Se no livro sobre Jesus (mais tarde filmado por Martin Scorcese, gerando ainda mais polêmica) essa liberdade era uma discussão interna entre livre-arbítrio (um dos grandes dilemas católicos) e responsabilidade, no livro sobre o velho grego tranqüilo e de bem com a vida (brilhantemente interpretado por Anthony Quinn) a liberdade domina em seu estado mais puro: apenas ser e viver. Não percam.
[7.2.03 7:43 PM | FÁBIO FERNANDES]
Este blog também é dedicado ao Ricky Goodwin, jornalista e quase-ex-colega do PASQUIM, e cinéfilo de primeira. Em seu excelente blog0news, ele costumava dar ótimas dicas do que estava passando na tv a cabo, mas por motivos de força maior, teve de descontinuar (temporariamente, esperamos todos) o serviço. Ricky, o Cinephilia não é um substituto, mas um complemento, ok? Força, camarada, e vamos em frente!!
[7.2.03 6:59 PM | FÁBIO FERNANDES]
Por que criei este blog. Quem acompanha meu outro blog deve ter lido um post na semana passada sobre minha capacidade de leitura (sob o título Minhas Experiências Com Leitura Dinâmica).
No post seguinte, o sistema de comentários do Pólis bateu seu recorde, com 16 comentários sobre o prazer da leitura (ok, em comparação com os melhores blogs da praça, 16 não quer dizer nada, mas foi de grande importância para este que vos digita.) Um dos comentários partiu da minha própria mulher, ex-blogueira mas ainda muito antenada com a blogsfera, que me dedurou para todo mundo, falando sobre minha capacidade de guardar na memória dados e fatos sobre livros... e filmes.
Extrema bondade da parte dela. De fato, minha memória para cultura inútil é muito boa, mas não serve para muita coisa além de cansar a paciência dela falando sobre como tal ator na série que estamos vendo naquele instante na tevê já participou também daquele outro filme, sob a batuta daquele diretor que agora está produzindo aquela adaptação fantástica de quadrinhos, etc.etc.etc.
Eu podia ganhar dinheiro com isso, eu disse para ela ao falar sobre os comentários no blog. Ao que ela me respondeu, certeira: você podia criar um novo blog.
Sejamos francos: não dá pra ganhar dinheiro com isso. E eu gosto muito de escrever em blogs.
Então, sejam bem-vindos a este humilde cafofo virtual. Aqui, vocês vão ler comentários sobre filmes de cinema, séries de TV, o escambau. Talvez até histórias em quadrinhos e músicas entrem na jogada de vez em quando. Para lerem comentários a respeito de livros, vocês podem dar um pulo no Pólis, que está aí para isso mesmo e outras coisas. Puxem uma cadeira e sentem-se que a sessão vai começar. E não tem hora para acabar.
Um agradecimento especial ao Luciano M. Bernacchi, editor do Templates4Free, de onde tirei este template. Tomei conhecimento da existência desse site através do camarada Ricardo Schott. Valeu, pessoal!